terça-feira, 22 de maio de 2012

A Cigarra e a Formiga

Desde Esopo, a fábula da cigarra e da formiga vem sendo contada e recontada, nas mais variadas versões.
Em La Fontaine, a fábula ganha uma grande difusão no Ocidente, e suas versões variam de acordo com o período histórico e com aquilo que o escritor quer denunciar ou apontar.
Na versão de Manoel de Barros, por exemplo, a formiga termina fazendo uma autocrítica sobre sua preocupação em amontoar coisas e não gastar tempo com outras coisas importantes também.
Hoje, quero compartilhar a minha versão de A Cigarra e a Formiga. Provavelmente, você perceberá as tendências de minha versão, e acho que não é para crianças...


A cigarra que ora cantara
Agora tem que rebolar
Chupa cana e assobia
Sapateia, late e mia
E ainda tem que batucar

Com isso o inverno chegou
E apesar de se esforçar
Foi posta no lado escuro
Do outro lado do muro
E tanta conta pra pagar

De novo a formiga malhou
E não precisou poupar
Tinha herança e grande umbigo
Nem quis se empenhar nos livros
E o mundo quis ganhar

E tem sido sempre assim
A cigarra a melhorar
A formiga herda a terra
Não se importa com a guerra
E não sabe o que é amar


Giselle Lourenço

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