terça-feira, 22 de junho de 2010

Fazendo estória

Olá pessoal! Vamos brincar? O "Fazendo estória" nos permite criar estorinhas em grupo. A brincadeira consiste em dar continuidade ao conto e o critério é que cada postagem tenha apenas três palavras. Eu começo aqui, e a partir de então, cada um continua postando três palavras. Deixem-nas como comentários que eu insiro no campo da redação. Vamos ver onde vai parar nosso conto e quantos dias ele levará pra ficar pronto. O título, daremos quando for concluído, certo? Então vamos lá!

Giselle: Hoje fui comprar
Paulo Henrique: milho de pipoca,
Professora Helen: mas quando cheguei
Prof. Braga Barros: no mercadinho perto
Paulo Henrique: do bar do
Pri: Zé Migué Triste,
Simony: não tinha mais.
Paulo Henrique:  Então, pensei comigo:
Pri: "Ali na frente
Pri: da casa amarela,
Paulo Henrique: mora a Dona
Giselle: Sofia; quem sabe
Paulo Henrique: tenha um pouco
Vanessa: de milho de pipoca

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Irmãos da Lua - Renato Teixeira


Fico a pensar como a música pode nos valer de subsídio para tantas coisas. Uma bela letra vale por uma boa oração, uma grande reflexão e por que não dizer, a boa letra é capaz de dinamizar uma maiêutica histórica na alma, o que nos pode trazer respostas inesperadas para situações desesperadas.
O cenário de compositores no Brasil hoje, é uma penumbra. Temos muitos talentos, muitos escritores sagrados – aprendi em Teologia que o escritor sagrado é aquele que empresta sua mão para promover uma parceria com o divino. A composição é feita em dupla, criador e criatura no mesmo compasso, com as rédeas da caneta na mão, um respeitando o outro, e ninguém se sobrepondo a ninguém, cada qual com sua liberdade que lhe é própria, expressando humanamente aquilo que se prefere acreditar, porque traduz o conteúdo que é capaz de libertar a alma da prisão da não expressão. Os gritos ecoam num dueto, na grafia, entrelinhas testamentárias, sejam novos, sejam velhos, mas sempre sendo par.
E desses cantos do Brasil, surgem encantos de cantar. O escritor sagrado está em vários lugares. Mas é preciso olhar de cego que vê além. É preciso garimpar. A mídia de massa não nos mostra o que é a letra bela. Vale a rima que afunda, vale tudo se o assunto é bunda. E por osmose se aprende o que nada se fala. Não tem história, não tem cor, não tem versos e sobra barulho. Falta espaço, falta poeta, falta vazio pra música boa preencher. Tudo preenchido de nada adquirido. Barulho, barulho, barulho... Ninguém ouve os autores sagrados que temos na nossa terra... nossa terra, a mesma que tem palmeiras, que ninguém sabe onde foram parar. A mesma que tem sabiá, que do canto ninguém conhece o som.
Vou garimpando, te convido a vir comigo. Vez ou outra, encontramos um sagrado autor querido.
E aqui, segue uma letra, que podemos sim rezar. Se não reza, apenas ouça, leia, brinque, veja como vale à pena garimpar.
Empresto-te minha peneira. Peneirando vamos, ouro puro! Jóia rara, esse cara, Renato Teixeira, é ele que agora vai falar.

Música: Irmãos da Lua
Compositor: Renato Teixeira
Intérprete: Renato Teixeira

Texto: Giselle Lourenço


Somos todos irmãos da lua
Moramos na mesma rua
Bebemos do mesmo copo
A mesma bebida crua
O caminho já não é novo
Com ele é que passa o povo
Farinha do mesmo saco
Galinha do mesmo ovo
Mas nada é melhor, que a água
E a terra é a mãe de todos
O ar é que toca o homem
E o homem maneja o fogo
E o homem possui a fala
E a fala edifica o canto
E o canto repousa a alma
Pra alma depende a calma
E a calma é irmã do simples
E o simples resolve tudo
Mas tudo na vida às vezes
Consiste em não se ver nada


sexta-feira, 18 de junho de 2010

O imortal morre no final - Morre Saramago


Tem dias que o imortal morre. Tem infinitos em que o segundo dura muito.
Desconexos, versos órfãos, orientação para lugar algum.
Sem respiro, só suspiro, sem parar pra não estar.
No inverno, foi eterno, o não saber e sem falar.
Pelos ares, vão sem pares, rimas tortas, me embalar.
Foi assim pra todo aquele que de ler pôde olhar.
Versos postos, sem reforços, já foi lido o seu cantar.
Seus ensaios, sejam atos, o meu péssimo, seu melhor.
Posto isso, apenas morre, Saramago, o maior.

Giselle Lourenço

Morreu hoje, 18/06/2010, José Saramago, um dos maiores ícones da literatura portuguesa e um grande poeta, e como poeta não morre...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Descobrindo a trama


Descobri a beleza do amor observando o ódio que há a minha volta; descobri a beleza da verdade observando a pequenez da mentira que nos envolve; descobri a beleza da lealdade observando a mediocriedade dos traidores; descobri a dignidade da criatividade observando a mesquinhez da imitação; descobri a importância da fidalguia e da elegância observando a falta de diplomacia que arrasta os pequenos do nada para lugar algum; descobri a sublimidade da poesia observando a inércia das almas letradas que não sabem escrever. (Giselle Lourenço)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Por que o sapo vira Príncipe?


Pensando cá com meus botões...
Qual seria a representação social do sapo que vira príncipe nas histórias de princesa?
Penso eu que o sapo representa um cidadão qualquer que não é da nobreza, talvez até pobre. Mas ao receber o amor da princesa ele deixa essa situação e passa a ser um rei em potencial, um príncipe. O beijo da princesa representa o selo, o casamento que confere ao sapo o poder de príncipe, livrando-o da mascara social de não nobre, sapo.

- Paulo Henrique é Filósofo e trabalha com cultura digital da Cia Bola de Meia www.ciabolademeia.org.br , além de ser meu par perfeito, óbvio! (Grifo meu - Giselle)

Vamos fazer ou frequentar?

Por Giselle Lourenço

Certo dia, ouvi uma pessoa falando que houve um tempo em que ela fazia academia. Fiquei comigo a pensar: “será que antes de exercer sua função atual no trabalho, ela trabalhava com obras de construção civil?”. Imediatamente me dei conta que esse termo é usado por grande parte das pessoas, ao menos na região onde eu vivo, quando as mesmas querem se referir ao hábito de freqüentar aulas numa academia de ginástica.

O fato é que não se faz academia e sim se freqüenta a academia, ou então posso ainda dizer que faço aulas na academia. Quem faz academia pode ser, no mínimo, um pedreiro na edificação do espaço físico ou um engenheiro na elaboração geral da obra.

No contexto, seria o mesmo que dizer “fazer sala” - o que significa, metaforicamente, “fazer companhia a uma visita”. Mas há ainda um diferencial aqui – o termo “fazer sala” é tradicional nos colóquios da língua portuguesa e digamos que poderia até ser empregado numa ou noutra redação, numa obra literária, pois sabemos que fazer sala não significa, necessariamente, construir uma sala e sim permanecer como anfitrião para alguém. Já o termo “fazer academia” parece que ainda não flui bem no contexto, seja na linguagem escrita ou, até mesmo, na verbalizada.

E você? O que pensa? Pretende freqüentar a academia ou faz aulas em alguma?

Resumo:
Academia = objeto concreto que só pode ser feito no sentido de edificado, construído fisicamente.
Aula = objeto abstrato, não palpável, que pode ser feita no sentido de freqüência, de participação no campo das idéias ou da produção intelectual, mas não pode ser construída como um prédio como a academia, por exemplo.