quinta-feira, 1 de setembro de 2011


Homeoteleuto, será que isso morde?

É de comer? É uma peça de avião? É um filósofo da Grécia Antiga? Será que isso morde?
Imaginem! O homeoteleuto é um recurso sonoro da linguagem, aliás, muito usado na poesia contemporânea. Facilmente confundido com a rima, diferencia-se desta pela repetição em forma de enumeração, ou seja, suas rimas funcionam com palavras seqüenciais e não obedecendo a uma métrica poética como nas rimas mais clássicas. Ainda não está claro? Então vamos aos exemplos.

Veja a seguir um exemplo de uma rima em um trecho de um poema de Luiz Vaz de Camões:

“Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.”

E agora veremos um exemplo de homeoteleuto. Note no que ele diferencia da rima:

“...Nos desata, dos desvela, nos revela.
...a importância do poeta: porque ele anuncia, denuncia...” (poema de minha autoria disponível neste mesmo blogue na seção “Poesia Autoral – O dia do Poeta).

Mais um exemplo de homeoteleuto de um clássico de Guimarães Rosa:

“Cassiano pensou, fumou, imaginou, trotou, cismou, e, já a duas léguas do arraial, os seus cálculos acharam conclusão.”





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