quarta-feira, 22 de julho de 2015

Riqueza não traz felicidade - para além do jargão

Para além do jargão de que "riqueza não traz felicidade", nada como ver e ouvir uma experiência bem vivida. Assisti, por esses tempos, ao documentário "I am", do premiado diretor hollywoodiano Tom Shadyac, cuja história retratada é a dele própria.
No filme, Tom conta-nos como começou a perceber seu infinito vazio interior após um acidente que o deixou de cama e isolado das pessoas por meses. Não obstante seu patrimônio sempre em ascensão desde o início da carreira, a cada conquista, a cada luxo satisfeito facilmente pela fortuna que fez, a sequência de vontades e ambições continuaram infindáveis até que, obrigado a parar pela questão de saúde, pôde, finalmente, refletir sobre seus caminhos e a que plano estariam levando suas escolhas, e de repente, o que vemos no documentário é alguém que, após ter dirigido celebridades como Jim Carrey e Robbie Williams, encontra-se com grandes nomes mundiais de uma outra vertente (escritores, poetas, líderes espirituais) para a busca de respostas sobre o que é efêmero na vida e que, no entanto, as pessoas insistem em perseguir como que por convenção moral.
O discurso e a ideia são "batidos", eu sei. Mas parece que, de tempo em tempo, assim como nos escritos sagrados do Antigo Testamento, aparecem "profetas" para dizer o óbvio. O difícil mesmo é saber que, extenuantes esforços ainda não retiram o ópio dos espíritos obtusos, principalmente, da contemporaneidade. O que fazer então? Essa é a pergunta lançada por Tom e que ele também tenta responder de alguma forma, não se eximindo da responsabilidade individual pela coletividade.
Schopenhauer disse, a respeito da riqueza, que ela é como a água do mar: quanto mais você bebe, mais sede tem.


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