Aprendi que, quando se tem história e experiência, não importa a idade. Você não precisa chegar aos 60 para dizer que já viveu muita coisa e que conhece um pouco da vida e das pessoas.
Descobri que é melhor estar entre pessoas inteligentes do que entre pessoas ricas, e que as pessoas ricas só valerão a pena se também possuírem alguma riqueza de espírito.
Entendi que só dá pra falar em amor se você já viu a Cruz.
Compreendi que não importa ter acumulado muitas riquezas aos 30 anos. Importa ter encontrado no caminho quem te ame e ter visto o mundo e suas contradições para que eu perceba o real sentido da vida.
Percebi que, a máxima bíblica de que não se pode servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo é muito verdadeira, embora muitos sirvam os dois sob o pretexto de que com dinheiro, você serve melhor à Deus.
Enxerguei a importância de cuidar do próprio corpo, principalmente como alguém que acredita em Deus. Porque não há falsidade maior do que a sentença popular platônica de que você deve cuidar apenas da alma já que o corpo vai pra debaixo da terra. Afinal, se você quer viver com coerência, pensar nos seus é tentar não morrer antes da idade por uma infeliz artéria entupida por quilos de gordura ou por um ignorante tumor de origem "químio-alimentícia" (acho que esse termo fui eu que inventei). E se, depois de todo cuidado, ainda sim, a Irmã- Morte bater à sua porta, saber que não é vontade de Deus. E que, inclusive, nenhuma catástrofe de origem humana ou natural é vontade de Deus, porque, ao contrário do que dizem os xiitas à nossa volta, Deus deu-nos as potências de inteligência e de vontade para usarmos ao invés de transferir pra Ele toda a responsabilidade sobre nossas vidas.
Ando notando que ser mãe após os trinta tem lá seus encantos, embora o corpo padeça um pouco, e reitero aqui, a necessidade de cuidar do corpo.
Vejo que hipocrisia é coisa que não sai de moda e que, portanto, tenho que tomar cuidado com ela, já que é extremamente contagiosa e, às vezes, chega a ser chique. E falando em hipocrisia, não há nada que a defina melhor do que "aquilo que você quer impor aos outros em discursos mas que não está presente em sua vida em ato", como, por exemplo, ler a passagem do jovem rico que precisa vender tudo pra seguir Jesus no ambão da Missa enquanto a lei da vantagem e da competitividade precisa te levar a ser melhor e mais abastado.
E já que mencionei sobre ser chique, tenho descoberto que chique mesmo é ter sempre uma palavra simples para dizer tudo, ao invés de gastar uma Barsa inteira de preciosismos para um discurso vazio. E falando em simples, ando estabelecendo uma relação inversamente proporcional entre o que é simples e o que é simplório. Infelizmente, as mentes mais pedantes confundem as duas coisas.
Preconceito deveria ser coisa ultrapassada e fora de moda, mas está aqui, ainda existe; é mentira dizer que foi superado; me rodeia o tempo todo e eu tento não deixá-lo entrar. Espero conseguir.
Ler muito não significa adquirir sabedoria. E ler tudo pode, inclusive, te deixar burro. É preciso ler o suficiente. Quem lê tudo será um eterno repetidor de ideias alheias e nunca terá tempo para ficar ruminando os próprios pensamentos. Muitos eruditos são burros - já dizia Schopenhauer.
O casamento pode ser uma das melhores maneiras de se alcançar a liberdade. Isso sim é para os bons entendedores.
Em suma, é bom fazer 36, pensar como alguém de 36 e ter um corpo de 36. Nunca pretendi ter 36 com corpo de 20 e cabeça de 15 e a gratidão é o que mais envolve minh'alma nesse momento, porque percebo esses 36 alcançados com graça, paz e inquietações saudáveis. Viva a vida e o momento presente!
Giselle Lourenço
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