tag:blogger.com,1999:blog-659729769560886383.post2830580192868536859..comments2023-02-14T00:54:08.244-08:00Comments on Tao da Letra: Desvendando o enigma da Vírgula!Giselle Lourençohttp://www.blogger.com/profile/01764813543052326140noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-659729769560886383.post-79791189136854979252010-12-12T14:33:08.658-08:002010-12-12T14:33:08.658-08:00Isso mesmo, Joaquim! O texto de Drummond sobre a p...Isso mesmo, Joaquim! O texto de Drummond sobre a pedra no meio do caminho é inteirinho sem vírgula! Que bom que você remeteu o artigo para esse assunto! Agora, saímos do universo gramatical para entrar no universo poético e literário... Drummond foi, antes de mais nada, poeta. E como tal, vale-se da licença poética... Seu poema sobre a pedra não só não possui vírgulas, como também precisa obedecer a uma certa "métrica assimétrica"... São todos recursos poéticos, ou até mesmo, estilo ou irreverência. Tudo depende do que cada autor quer salientar e também depende da conjuntura sócio-cultural da época em que ele escreve. Podemos notar, por exemplo, a música Adelino Moreira em que ele canta com a pronúncia "boemia", sendo que essa grafia não existe e o correto é a palvra "boêmia". Após essa música, muitos ainda hoje, pensam que boêmia diz-se "boemia". Mas para a melodia da música, ele utilizou-se de uma "eufonia" (do grego: eu = bom/ fonia = som). Da mesma forma que quando não há uma harmonia na pronúncia de uma poesia ou canção, temos uma cacofonia... São as adequações, a liberdade que a poesia nos dá. Também Adoniram Barbosa foi marca registrada na irreverência gramatical e deu formas a um dialeto muito curioso que foi marcante em sua época pelas regiões paulistanas, que é o conhecido "dialeto macarrônico" onde há uma mistura de sotaque caipira com o detalhe da grafia no mesmo modo em que se fala e ainda um pouco de italiano, tudo misturado formando um emaranhado de termos brincados e que foi muito aceito por quase todos os tipos de pessoas. Há ainda, uma outra forma de escrever na poesia quando se tem a repetição de alguns fonemas, mais conhecida como aliteração. Se usar-mos isso em uma dissertação, teremos nosso texto em baixo conceito e tornaria-se um erro de coesão. Mas na poesia, precisa ter talento pra escrever assim... É essa a função da poesia: tornar o universo com mais possibilidades que ele já nos dá e dentro do mundo das letras, das palavras, nos permitir brincas nas nuvens... Como disse um professor, sem ser permissivo e aceitando-se o bom senso da norma-padrão, há que se entender que língua não é coisa exata e tem suas razões que "a própria razão desconhece". Abraço! <br />GiselleGiselle Lourençohttps://www.blogger.com/profile/01764813543052326140noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-659729769560886383.post-30283091225239081782010-12-12T14:32:13.431-08:002010-12-12T14:32:13.431-08:00Isso mesmo, Joaquim! O texto de Drummond sobre a p...Isso mesmo, Joaquim! O texto de Drummond sobre a pedra no meio do caminho é inteirinho sem vírgula! Que bom que você remeteu o artigo para esse assunto! Agora, saímos do universo gramatical para entrar no universo poético e literário... Drummond foi, antes de mais nada, poeta. E como tal, vale-se da licença poética... Seu poema sobre a pedra não só não possui vírgulas, como também precisa obedecer a uma certa "métrica assimétrica"... São todos recursos poéticos, ou até mesmo, estilo ou irreverência. Tudo depende do que cada autor quer salientar e também depende da conjuntura sócio-cultural da época em que ele escreve. Podemos notar, por exemplo, a música Adelino Moreira em que ele canta com a pronúncia "boemia", sendo que essa grafia não existe e o correto é a palvra "boêmia". Após essa música, muitos ainda hoje, pensam que boêmia diz-se "boemia". Mas para a melodia da música, ele utilizou-se de uma "eufonia" (do grego: eu = bom/ fonia = som). Da mesma forma que quando não há uma harmonia na pronúncia de uma poesia ou canção, temos uma cacofonia... São as adequações, a liberdade que a poesia nos dá. Também Adoniram Barbosa foi marca registrada na irreverência gramatical e deu formas a um dialeto muito curioso que foi marcante em sua época pelas regiões paulistanas, que é o conhecido "dialeto macarrônico" onde há uma mistura de sotaque caipira com o detalhe da grafia no mesmo modo em que se fala e ainda um pouco de italiano, tudo misturado formando um emaranhado de termos brincados e que foi muito aceito por quase todos os tipos de pessoas. Há ainda, uma outra forma de escrever na poesia quando se tem a repetição de alguns fonemas, mais conhecida como aliteração. Se usar-mos isso em uma dissertação, teremos nosso texto em baixo conceito e tornaria-se um erro de coesão. Mas na poesia, precisa ter talento pra escrever assim... É essa a função da poesia: tornar o universo com mais possibilidades que ele já nos dá e dentro do mundo das letras, das palavras, nos permitir brincas nas nuvens... Como disse um professor, sem ser permissivo e aceitando-se o bom senso da norma-padrão, há que se entender que língua não é coisa exata e tem suas razões que "a própria razão desconhece". Abraço! <br />GiselleGiselle Lourençohttps://www.blogger.com/profile/01764813543052326140noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-659729769560886383.post-7699338210763258152010-12-11T08:33:15.069-08:002010-12-11T08:33:15.069-08:00Mas no texto do Drummond não é tudo sem vírgula?Mas no texto do Drummond não é tudo sem vírgula?Joaquim Barretohttps://www.blogger.com/profile/13051028765698500195noreply@blogger.com